O mais novo filme nacional nos cinemas, dirigido por Marcos Paulo, estreante na tela grande, conta a história do maior e mais criativo roubo de banco da história brasileira. Em 2005 uma quadrilha roubou 164,7 milhões de reais do Banco Central de Fortaleza através de um túnel de 80 metros. Parte de seus integrantes e a maior parte do dinheiro nunca foi descoberta. Se não fosse o ótimo elenco e a incrível história, o filme teria sido pior do que já é. Não vou dizer que o cinema brasileiro ainda não sabe fazer filmes de ação. Alguém já assistiu um filme chamado "Tropa de Elite 2"? Porém Marcos Paulo ainda precisa aprender muito sobre direção cinematográfica... A culpa não é só dele, na tentativa de fazer com que a quadrilha fosse um personagem, o roteirista Renê Belmonte ("Se Eu Fosse Você 1 & 2" e "Sexo, Amor e Traição") fracassa ao trazer pouquíssimos delineamentos aos integrantes. Eriberto Leão não convence como o malandro que possui habilidade de aplicar incríveis golpes e manipular situações, e não é só por ele ser um péssimo ator escalado porque possui um corpo malhado e rosto de mocinho da novela das seis, mas porque não há nada no roteiro que nos convença disso. O filme começa com um diálogo entre Barão (Milhem Cortaz), o cabeça do bando, e sua mulher sobre a pessoa certa para supervisionar o assalto e, então, surge o nome do Mineiro (E. Leão), mas não existe uma cena que mostre a necessidade dele no bando. Barão também não apresenta uma única característica de ser o cabeça do grupo, a não ser que o clichê de jogar xadrez numa das cenas te convença do contrário... Belmonte deveria ter assistido a "Cães de Aluguel" (Q. Tarantino) para ver como uma quadrilha precisa de personagens sólidos para funcionar como um único personagem. Dois pontos que salvam algo, Tonico Pereira no papel do Doutor, um engenheiro comunista que supervisiona a construção do túnel e a apresentação da história de forma não-linear. O primeiro consegue trazer um pouco de profundidade para seu papel e o segundo foi quase arruinado por M. Paulo que , na edição, quase destrói tudo construindo um filme com início linear e o resto não-linear. Um filme confuso até na narrativa, o único ponto bom do roteiro de Belmonte foi destruído na ilha de edição...
Ainda assim, eu recomendo o filme! E o leitor deve estar confuso agora. Mas é porque depois de tanta trapalhada da equipe de produção, o que poderia ter sido um bom filme de ação se tornou um bom filme de comédia. A plateia da sala onde assisti não se cansava de dar risadas, principalmente pelos clichês do roteiro, a edição atrapalhada e a atuação de Vinícius de Oliveira ("Central do Brasil") como um gay afeminado evangélico. Parece que Belmonte ainda não conseguiu fugir do tema que tanto lhe persegue...
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