segunda-feira, 14 de março de 2011

Salmo Vermelho (Még Kér Um Nép)


Talvez o melhor filme húngaro de todos os tempos, dirigido por Miklós Jancsó, é ambientado no século XIX e retrata uma "revolução” de camponeses contra um proprietário de terra e soldados a seu favor. Embora seja um filme pró-socialista, está longe de ser reduzido a um filme de propaganda. O diretor conseguiu de um modo excepcional conciliar forma ao conteúdo, política a poesia e tudo isso em apenas 26 planos! As cores do filme foram também escolhidas a dedo de uma forma  que só vi mais uma vez (Trilogia das Cores – Krzysztof Kieslowski), onde as mesmas, têm importante papel na construção do enredo, tanto quanto o roteiro e as músicas. Aliás, um musical memorável e sensível onde as músicas são mais importantes do que qualquer fala do roteiro. Por não se tratar exatamente da Revolução Comunista ou de suas repercussões, o filme não deve ser comparado a estas. Ele retrata o socialismo puro e ingênuo, sem interferências humanas e inédito. A obra o cinema arte, de modo que o filme valoriza a forma, porém de uma maneira que esta possua conteúdo, o qual é tão complexo, profundo e  crítico quanto um quadro de Picasso ou Munch. A obra foi lançada recentemente no Brasil em DVD(R$39,90-R$49,90) pela Lume Filmes, famosa por lançar clássicos nunca vistos mas que de forma alguma devem ser ignorados.

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