Esse é o primeiro post no qual eu comento sobre duas produções cinematográficas desse ano com a mesma ênfase, o motivo: são praticamente iguais no roteiro.
"Amizade Colorida" e "Sexo Sem Compromisso" contam as estórias de dois casais que fazem um acordo de manter relações sexuais sem envolvimento emocional e, como podemos prever, eles acabam se apaixonando e o trato dá errado. No primeiro o casal é protagonizado por Mila Kunis e Justin Timberlake e no segundo por Natalie Portman e Ashton Kutcher.
Se formos analizar a "evolução" nos roteiros das comédias românticas, percebemos o quanto o papel das mulheres se modificou no cinema. Enquanto os primeiros filmes do gênero apresentavam papéis femininos frágeis, à procura de um "príncipe encantado", nos filmes dos quais falo as protagonistas são extremamente decididas, bem sucedidas profissionalmente e não querem de forma alguma a companhia masculina, utilizando os homens apenas para satisfazerem seus libidos.
Porém, é nesse quesito que encontramos uma falha no roteiro de "Sexo Sem Compromisso". A película não apresenta nenhum delineamento da personagem de Natalie Portman para que possamos entender o motivo pelo qual ela evita tanto relacionamentos sérios. Ela interpreta alguém que pode ser definido em uma frase, "alguém que teme namoros", mas o porquê nunca é evidenciado. E é por isso que talvez o espectador fique um pouco entendiado a partir da metade do filme, não conseguimos acreditar na personagem e não há nenhuma culpa de Portman, pelo contrário, a atriz salvou o que pôde do seu papel. O filme é mediano, poderia ter sido melhor, parece que o "meio" da estória dura mais do que necessário, com Kutcher e Portman atando e desatando. Suas indas e vindas contribuem ainda menos para a credibilidade do final, ficamos com a impressão de que talvez a estória de encontros e desencontros de ambos seja infinita...
Agora, em "Amizade Colorida" o roteiro foi cuidadoso o suficiente para que o romance realmente funcionasse na tela. Fica claro desde as primeiras cenas a razão para as atitudes dos protagonistas, o que facilita muito a empatia com o conflito do romance entre os dois.
Nenhuma das duas comédias românticas é excepcional, longe disso. Mas, se tiver de escolher uma para assistir, veja "Amizade Colorida".
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