domingo, 14 de agosto de 2011

Melancolia

O novo filme de Lars Von Trier tem algo em comum com seu penúltimo (Anticristo). Ambos tratam da depressão em protagonistas femininas. O filme possui duas partes, cada uma com o nome das duas protagonistas. A primeira, Justine, interpretada por Kirsten Dunst, parece sofrer de uma depressão existencial, com dúvidas sobre si mesma e a Humanidade. Sua irmã, Claire , otimista, tenta equilibrar as situações de sua delicada família e construir uma realidade alternativa. Mas tudo isso é em vão, quando o planeta Melancolia ameaça colidir com a Terra e, assim, destruir por completo suas chances de ser feliz. Embora uma obra de ficção, não pode ser chamada de ficção científica. A aproximação do planeta Melancolia é mais metafórica do que física. Pouca explicação sobre o fenômeno é dada, propositadamente. A destruição que o planeta sofre é causada pela depressão, considerada o mal do século. Além disso, a personagem de Justine leva os questionamentos a um outro nível, ao colocar dúvidas sobre o merecimento do Homem em existir. A questão central do filme é a forma como cada uma das protagonistas lida com os problemas e a frustração de suas vidas. Justine representa o conformismo e Claire a inquietude. Lars Von Trier mais uma vez cria um belísssimo Prólogo, utilizando assim como em Anticristo, o recurso do Slow Motion. Além disso, suas tomadas rápidas, muitas vezes utilizando, câmera de mão possibilitou transportar a angústia e o transtorno dos personagens para as salas de cinema. Ouvi várias reprovações ao sair do cinema, tendo a certeza de que aquele realmente era um filme que valia a pena ser vivenciado!

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